Este artigo é de Patrícia Pinto da Cruz, com fotos de Vasco Célio, e foi publicado na última edição (Abril-Maio 2016) da Revista Rotas & Sabores, parceiro de mídia do Luanda Nightlife.
Há quem diga que o KooK serve um dos melhores sushis de Luanda e é exactamente por este tipo de cozinha que o restaurante é mais conhecido. Dito isto, temos mesmo que deixar claro que a cozinha mediterrânica que aqui encontramos não fica nada atrás dos pratos japoneses. E os dois tipos de cozinha contribuíram igualmente para que o KooK fosse considerado o Melhor Restaurante do Ano 2015 pelos cinco júris escolhidos pelo portal angolano Luanda Nightlife – do qual fez parte a Rotas & Sabores – que todos os anos organiza esta competição. Segundo as palavras do Cláudio Silva, sócio-gerente do site sobre onde comer, beber e dançar na capital, “uma refeição no KooK não é uma refeição qualquer: em cada prato nota-se o respeito pelo ingrediente, a mestria de quem o transformou em algo comestível e o respeito pela arte em si”. Os artistas responsáveis pelo sucesso do KooK são dois: o chef Pedro Resende Pereira e o sushiman José Raimundo. E ambos estão de parabéns.
A carta não é muito extensa, mas isto tem uma boa razão. O restaurante faz questão de ter sempre disponível cada prato sugerido na ementa, algo raro e difícil hoje em dia, pela dificuldade em se encontrar certos produtos no mercado. Mas os pratos apresentados compensam tudo. Há sempre quatro pratos de carne e quatro de peixe, fora os pratos do dia, e cada um deles é uma obra de arte, sendo que mesmo os pratos do dia podiam perfeitamente entrar em qualquer menu gourmet de tão bem confeccionados que são e pelo respeito que é dado a cada ingrediente. Todos os vinhos da carta também estão sempre disponíveis e são servidos à temperatura devida, algo ainda mais raro. Não faltam os cocktails (os gins são especialmente bons, não deixe de provar), as bebidas raras e até os charutos, para quem gosta. O objectivo é: aconteça o que acontecer, nunca faltar nada ao cliente.
Cada prato servido no restaurante é original e ousado, numa mistura de sabores inesperada. Um dos pratos que tivemos oportunidade de experimentar foi o Bacalhau assado com Mandioca e Azeitona. Quando ouvimos “bacalhau assado” esperámos uma coisa, mas o que nos foi apresentado ultrapassou qualquer bacalhau que já tivéssemos provado. O Leitão assado com Milho e Lagosta foi outra surpresa agradável, e o Polvo com cheiro a fumo, Batata-doce e Ginguba é um dos melhores pratos do restaurante.
Algo que se nota perfeitamente nas refeições é a fusão entre a cozinha portuguesa e a angolana. Na ementa lê-se: “Uma das nossas especialidades… Mufete!!”, e não falta a ginguba, a mandioca, a batata-doce e a kizaka. Algumas das sobremesas são Chocolate com Fuba de Bombó e Ginguba, ou Mil-folhas de Maracujá com Gelado de Múcua.
Além dos pratos apresentados na ementa e os do dia, também se pode optar pelo Menu de Degustação de Cinco Pratos e o Menu de Degustação com Pack de Vinhos. Qualquer um deles é uma opção perfeita para experimentar verdadeiras obras de arte servidas num prato. Esta foi uma inovação trazida pelo KooK e que conquistou seguidores entre os outros restaurantes da capital. Este menu muda consoante os produtos disponíveis no mercado e as mudanças que o chef decida fazer. No dia em que os júris do Luanda Nightlife visitaram o Kook, foi uma destas refeições que os fez tomarem a sua decisão de premiarem o espaço como sendo o Melhor Restaurante do Ano. Cláudio Silva testemunha: “O menu da nossa refeição espelhou perfeitamente o conceito gastronómico deste restaurante, que prima pela utilização de ingredientes locais e por estimular os nossos sentidos”.
Quanto ao sushi, não é por acaso que é o cartão-de-visita do KooK. O sushiman José Raimundo faz maravilhas no seu balcão todos os dias, mas é às terças-feiras que brilha mais. O KooK foi o primeiro restaurante a fazer o Festival de Sushi, que acontece todas as semanas. Pelo preço de uma combinação de 20 peças, cada cliente é recebido com uma flute de espumante, seguida de uma entrada de Sopa Miso, uma peça à escolha do chef, um combinado de 20 peças (diferentes dos menus dos outros dias) e uma sobremesa. Quando a ideia do Festival de Sushi surgiu, era suposto ser apenas uma vez, mas o sucesso foi tal que se tornou num evento semanal que dura há mais de um ano e meio. Agora, podemos encontrá-lo aqui e no Brisa Café, um espaço no Deana Day Spa, na Baía de Luanda, ambos organizados pelo KooK.
Estando localizado dentro do condomínio do Belas Business Park, em Talatona, torna-se óbvio que aqui não há problemas de falta de segurança, já que o espaço é vigiado 24 horas, e também não há falta de lugares de estacionamento. Se, por acaso, o parque estiver cheio quando chegar, o KooK tem serviço de valet, basta avisar alguém do staff e entregar a chave do carro. Falando em staff, fora o gerente e o chef, toda a equipa é nacional e está no restaurante desde que este abriu as portas, há cerca de dois anos, sendo praticamente uma família.
Não deixe de visitar ou revisitar porque cada refeição no KooK é uma experiência.