LNL nas Ilhas Maurícias: Um destino com portas abertas para Angola

Escrito por Winnie Carmo

Sempre que ouvimos falar nas Ilhas Maurícias, associamo-la ao paraíso, bem-estar, praias de água cristalina e clima tropical. Pois o LNL vem confirmar que tudo isso é verdade, e a melhor parte é que esse paraíso tem as portas abertas para Angola. Pois é, os angolanos não precisam de visto para as Ilhas Maurícias. 

Não se sabe ao certo desde quando, mas as Ilhas Maurícias têm as suas portas abertas para os cidadãos angolanos que desejam visitá-las, sem necessidade de visto, por até 90 dias, contando a partir da data de chegada.

Breve história sobre a República das Maurícias

Encontrada no Oceano Índico, a 2000Km da costa do sudeste do continente africano, a República das Maurícias é composta pelas ilhas: Maurícias, Rodrigues, Agaléda, St. Brandon e outras ilhotas, totalizando uma superfície de 2040Km², tendo como capital a cidade de Port Louis. As Maurícias têm uma extensão de 45Km de largura e 65Km de comprimento.

Os portugueses foram os primeiros europeus a habitar no país, no início do século XVI, sucedidos pelos holandeses, no final do mesmo século, que nomearam as ilhas em homenagem ao Príncipe Maurice de Nassau. Os franceses foram os colonos que se instalaram nas ilhas após os holandeses, já no século XVIII, mas ainda assim não conseguiram evitar a ocupação inglesa, que durou de 1810 à 1968, quando o país tornou-se independente.

Factos curiosos sobre as Ilhas Maurícias

Com um clima tipicamente tropical, as Ilhas Maurícias têm 2 estações: a estação quente e húmida, de Novembro a Abril, em que a temperatura média é de 24.7°C e a estação mais fresca e seca, de Junho a Setembro, com uma temperatura média de 20.4°C.

Alguns outros factos que vale a pena saber antes de visitar as ilhas são os seguintes:

  • Línguas: Crioulo, Francês e Inglês
  • Moeda: Rúpias Maurícias (MUR)
  • Grupos étnicos: Indianos, Africanos, Europeus e Chineses
  • Religião principal: Hinduísmo
  • Cozinha dominante: indiana

Como chegar

Infelizmente ainda não há voos directos de Luanda para Port Louis por isso, para lá chegar terá de passar por Joanesburgo fazendo uma escala de 15h.A notícia não é lá muito animadora, mas garanto-lhe que por uma estadia nas Ilhas Maurícias vale a pena. É só comprar a sua passagem na South African Airlines (SA) e aproveite já para reservar o hotel para a escala e, se quiser, eles também oferecem pacotes turísticos pagos ainda em Angola, em Kwanzas. Obviamente quanto mais cedo fizer a sua reserva, mais barato lhe ficará o total.

Serve mencionar que cidadãos angolanos já não precisam de visto de trânsito ou de curta estadia (menos de 90 dias) para a África do Sul.

Dica: Talvez não precise de pagar por um hotel de trânsito se quiser economizar dinheiro. A melhor táctica é fazer somente uma reserva (o valor da reserva são cerca de 10% do total de uma noite no hotel, na SA) para apresentar na imigração e ter todos os papéis do destino final à mão. Se for uma viagem em grupo, a noite passa ainda mais rápido e é só fazer-se acompanhar de um baralho de cartas para garantir a diversão.

Alojamento

A SAA também pode ajudar-lhe a encontrar um hotel que poderá pagar em Kwanzas, no acto da reserva. No entanto, estes podem ficar-lhe mais caros do que se tiver a opção de reservar através de sites como o Booking.com.

Na nossa opinião, as melhores áreas para se alojar são:

  • Grand Baie, uma cidade que fica a norte, numa zona turística, onde os costumes foram mais adaptados aos desejos dos turistas e onde vai encontrar um grande número de hotéis, bem como agências e/ou serviços turísticos.
  • Flic-en-Flac, a oeste da ilha, nesta área vai encontrar um pouco mais dos hábitos locais. É mais barata que Grand Baie e mais acessível para outras cidades da ilha.

É possível encontrar acomodações de diferentes tipos e preços, mas não espere encontrar hostéis, pois esses não são comuns. Acreditamos que Guest Houses sejam o tipo de acomodação menos dispendiosa.

Transporte

Apesar de existir transporte público (autocarros) barato – MUR 18 a 50 (USD 0,50 a 1,40), estes estão constantemente atrasados (e o atraso pode prolongar-se muito), levam um tempo considerável a ir de A a B e dependendo do destino, pode ter de apanhar mais do que 1. Pode também usar o serviço que lhe for oferecido na acomodação, mas esses provavelmente vão cobrar-lhe mais caro só porque é estrangeiro.

Assim sendo, considere partilhar o táxi sempre que possível e pode também tentar fazer amizade com 1 ou 2 taxistas, pois fazendo uso dos serviços deles regularmente aumenta a possibilidade de desconto.

Pode também alugar uma viatura, que nas empresas especializadas fica à partir de MUR 900/USD 25 por dia, mas se perguntar ao pessoal to hotel se conhecem alguém que disponibilize a sua viatura para aluguer, terá grandes chances de conseguir uma à MUR 700/USD 20 por dia.

Gastronomia

Como lhe dissemos acima, a cozinha indiana é dominante na ilha, por isso vai encontrar muitos pratos com caril e não se esqueça de certificar-se que não são picantes, se não é disso que gosta.

Seguem abaixo algumas sugestões de restaurantes e pratos:

Le Suffren – Port Louis

Localizado dentro do centro comercial Caudan Waterfront, na capital do país e mesmo à beira da baía, este é um hotel cujo acesso faz-se de barco e o menu e a elegância não deixam a desejar. Fomos numa sexta-feira, dia em que normalmente o restaurante tem um happy-hour e por isso vale a pena aproveitar os cocktails mais em conta, a pista de dança ao ar livre e a boa música.

Para comer, experimentamos o Bagre com Caril vermelho, acompanhado de pétalas de cebola, arroz de açafrão e um molho feito com dholl [MUR 330/USD 9], um ingrediente usado lá da mesma maneira que usamos a farinha de trigo em Angola. O bagre não é aconselhado para hipertensos, pois a quantidade de sal era generosa, mas fora isso, o prato explodia de sabores e a quantidade era generosa.

Para sobremesa, escolhemos um doce típico e pedimos o Bolo de batata-doce [MUR 120/USD 3,40]. Acompanhado de uma bola de gelado de baunilha e uma lasca de batata-doce frita, o bolo estava simplesmente divinal – macio, suculento e doce na medida certa.

Para beber, desfrute de uma grande variedade de cocktails e pode também experimentar a cerveja local – Phoenix.

Le Suffren website 

Chealsea’s Cup ‘N’ Cake – Curepipe

No coração da cidade de Curepipe, este café/restaurante vai remetê-lo à uma realidade diferente, dada a sua característica refinada, a decoração florida e a música clássica de fundo. Experimente as diversas variedades de bolo oferecidas, bem como o chocolate quente com menta fresca. Recomendamos também qualquer uma das generosas sandes do menu.

O serviço é tão atencioso, que 5 estrelas parecem pouco. A gerente, em especial, vai estar à sua disposição sempre que precisar e pode ajudá-lo a tornar a escolha do prato mais fácil. Não se esqueça de trazer a fome e a vontade de comer, pois as porções são “à americana”, tamanho XL.

Chealsea’s Cup ‘N’ Cake Facebook


Zub Express – Flic en Flac

Detentor do Certificado de Excelência 2015 e 2016 do Tripadvisor, o Zub Express é o restaurante Nº1 em Flic en Flac e nós apercebemo-nos disso assim que chegamos.

Localizado na avenida principal de uma das melhores praias da ilha, o restaurante é simples e tradicional. Com um menu de pratos indianos e chineses, as opções são simplesmente infinitas, deste o famoso Briani – semelhante à um guisado de arroz com frango, carne de vaca ou de cabrito -, aos diversos tipos de Naan – algo muito semelhante ao pão árabe, podendo ser mais fofo. Há também os diversos tipos de arroz a escolher e as típicas sobremesas que vão surpreender o seu paladar.

Não saia sem provar o Massala Tea, que basicamente é um chá cheio de ervas e temperos, atingindo um sabor ligeiramente picante, onde a canela se distingue. Óptimo para terminar a refeição.

Uma vez que o restaurante é muito concorrido, não se esqueça de fazer a sua reserva antes de lá ir, mesmo que só forem 2 pessoas e até pode já escolher o seu prato a partir do menu disponível no website do restaurante. Não obstante a comida ser uma delícia, os garçons são altamente atenciosos e por isso os clientes não se cansam de voltar.

Zub Express website

Happy Rajah – Phoenix

Com uma cozinha exclusivamente indiana, o Happy Rajah encontra-se no centro comercial de Phoenix e também no Complexo Super U, em Grand Baie. Com mais de 60 pratos e 10 chefes indianos, não tinha como não ganhar o Certificado de Excelência do Triadvisor por 5 anos consecutivos – de 2011 à 2015.

Este é o restaurante em que encontrará muitas famílias tradicionalmente indianas, pois os pratos são fiéis às suas raízes. A decoração remete-nos à Índia logo ao entrar porta dentro, pois a imagem do Buda e o cheiro de incenso fazem-se presentes. As cores são quentes e características do mundo oriental, sem mencionar as mantras como música de fundo.

O serviço é bom e profissional e os pratos são servidos de uma maneira muito próxima ao que veríamos na Índia, segundo o que nos foi dito. Com tanta fama e qualidade, o restaurante está sempre lotado, então não se esqueça de fazer a sua reserva, principalmente no de Grand Baie.

Happy Rajah website


Café Mon Plaisir – Pamplemousses

Perfeito para os dias escaldantes, este café serve sumos e batidos naturais da fruta da época, mas não se limita a isso.

Com uma cozinha variada, que oferece pratos europeus, indianos, chineses e frutos do mar, tem toda a liberdade para degustar o seu prato escolhido na área exterior do restaurante, para melhor apreciar a natureza ao seu redor. Já que o menu é variado e criativo, ousamos pedir um Crepe de Laranja que fez jus à sua apresentação – tropical e refrescante -, permitindo que o sabor da raspa de laranja sobressaísse levemente e que a maciez do crepe nos fizesse pedir bis.

O serviço e os preços são igualmente convidativos.

Endereço: Royal Road, Opposite Botanical Gardens Parking, Pamplemousses, Ilhas Maurícias
Tel.: +230 243 9347

Sabores da Terra

Para além dos pratos encontrados nos restaurantes, as ruas desta ilha estão cheias de roulottes que oferecem snacks típicos da ilha. Abaixo seguem alguns exemplos:

  • Dholl Puri: um snack ou comida de rua, sendo que dholl é um tipo de farinha, característico da área e herdada dos ancestrais indianos. O snack é servido como um shawarma, pois a textura e formato do dholl fazem lembrar um crepe, com a diferença que o condimento é algo muito simples, como um molho básico à base de tomate e caril ou ainda algo doce, como arroz doce. Essa é a comida de rua mais famosa das Ilhas Maurícias.
  • Gateaux Piment: em português traduz-se Bolinho Apimentado, e basicamente é um pequeno pastel, mais uma vez à base de dholl, ao qual acrescenta-se ervas como a salsa e condimentos para lhe dar o sabor aproximado ao de um pastel que se torna bem crocante após a fritura. Recomendamos!
  • Bubble tea: uma bebida fria que consiste simplesmente em chá, leite e bolinhas gelatinosas de tapioca. Muito agradável nos dias quentes.

Actividades e Pontos turísticos

Actividades gratuitas

  • Visitar as praias: Com águas calmas e cristalinas, as praias maurícias lhe vão proporcionar um dia relaxante. Sempre cheias de roulottes a volta, oferecendo snacks de verão como gelados e saladas de fruta fresca, só precisará de trazer a sua toalha e a carteira. Muito provavelmente vai encontrar também barracas onde poderá comprar souvenirs. Recomendamos: Blue Baie, Flic en Flac, Grand Baie, Tamarin Beach e Le Morne Beach.
  • Escalar montanhas: se não tiver medo de alturas e quiser tirar fotos com as melhores vistas da ilha, montanhas para escalar é o que não faltam. Nós estivemos em algumas e em todas é aconselhável que se faça acompanhar de alguém que conheça a trilha certo. Tente escolher um dia de sol, pois em dias de chuva a escalada pode ser lamacenta. Experimente: Le Morne (556m), Corps de Garde (720m), Le Pouce (812m) – a mais alta montanha do país, cujo nome significa literalmente “polegar”, pois assemelha-se à um.
  • Visitar os pontos de beleza natural, como: 
  • Ponte Natural (Pont Naturelle), onde vai ver arco-íris instantâneos
  • Maconde, um ponto que fica na intercepção de duas ruas, à partir do qual dá para ver grande parte da ilha
  • A Igreja Notre Dame Auxiliatrice, uma igreja construída à beira-mar
  • O templo Ganga Talao, considerado o lugar Hinduísta mais sagrado das Ilhas Maurícias, onde vai conhecer alguns dos Deuses da religião 

Actividades pagas

  • Actividades aquáticas (a partir de MUR 500/USD 15): se a sua acomodação não tiver um programa turístico que envolva actividades como esta, pode ter a certeza que encontrará uma agência de turismo que o faça. Apesar do turismo ser uma das principais forças económicas do país, esta área não parece estar muito bem regulamentada. Consequentemente, os preços podem variar muito dependendo da área em que estiver ou mesmo do tipo de acomodação em que estiver alojado. Contudo, tem uma longa lista de actividades:
  • Scuba Diving
  • Ski na água
  • Caminhada Submarina
  • Nadar com os golfinhos
  • Pára-pente
  • Safari marinho
  • E outras
  • Catamaran (a partir de MUR 1000/USD 28): dependendo do pacote e da ilhota que visitar o valor pode variar bastante. Geralmente esta é uma actividade para o dia todo e inclui refeições, bebidas e até actividades aquáticas como opção extra. Nós estivemos na Ile aux Cerfs, que é simplesmente paradisíaca. Outras opções são: Ilot GabrielIle aux Benitiers (onde se vê golfinhos), entre outras.
  • Excursões: estas podem incluir actividades de variadíssimas naturezas.
  • Parque Natural Casela: este parque de aventuras oferece 4 pacotes: Explorar, Safari, Família e Extremo, sendo os preços à partir de MUR 740/USD 21.
  • Jardim Botânico Sir Seewoosagur Ramgoolam – O Pai da Nação [MUR 200/USD 6]: um lugar bastante sereno, onde vai conhecer diferentes tipos de plantas e animais.
  • Le Domain de Saint Aubin [MUR 300 à 500/USD 8 à 14]: uma viagem ao passado das Ilhas Maurícias onde é possível saber como é que a baunilha é produzida e certos temperos e ervas usados na culinária local. No local tem também um restaurante que serve pratos usando a baunilha como ingrediente. Na verdade era uma casa colonial, que agora foi convertida em restaurante. Se for até o sótão da casa, vai encontrar fotografias de Saint Aubin, um homem muito respeitado pela sua bondade e generosidade.
  • Cruzeiros românticos: para os casais há 2 opções – o cruzeiro do pôr-do-sol (MUR 8000/USD 225) e o cruzeiro jantar ao pôr-do-sol (MUR 12000/USD 340). Ambos os preços são o total para 2 pessoas.

Dicas para explorar sem gastar muito

  • Troque o dinheiro no aeroporto: por alguma razão a taxa de câmbio é melhor do que na rua.
  • Partilhe as actividades: mesmo que estiver a viajar sozinho(a), pode sempre perguntar na recepção da acomodação se não há outro(s) viajante(s) que queiram partilhar o que quer que seja (actividades, transporte), ou que queiram conhecer pessoas novas.
  • Entre em contacto com pessoas interessadas em compartilhar a experiência: pode encontra-las em sites como o Travel Buddy (http://www.travel-buddies.com/Default.aspx), onde pode encontrar outro estrangeiro que queira ir para o mesmo destino, ou o Couchsurfing (https://www.couchsurfing.com/), onde pode encontrar residentes que estarão dispostos a oferecer acomodação, ou somente mostrar a cidade, inicialmente sem nenhum custo.
  • Viaje sem muita bagagem: se quiser fazer comprar, experimente viajar somente com algumas roupas, pois vai encontrar um paraíso de compras nas Ilhas Maurícias. Para souvenirs, não traga nada muito pesado. Opte sempre por miniaturas e coisas leves. Evite excessos!
  • Não desperdice comida: para economizar em comida, ir ao supermercado comprar o equivalente de comida para sobreviver por uns dias, incluindo fruta, de preferência frutas doces e calóricas como a banana, para manter os níveis de energia estáveis. Manter-se longe de fruta ácida, pois só dá mais fome. Quando comer num restaurante, se a comida for muita, pedir para fazer take away do resto, e consumir no hotel, na próxima refeição. Basta pedir que a comida seja aquecida e voilá, tem 2 refeições em 1.

O que levar para as Ilhas Maurícias

  • Roupas de verão
  • Protector solar
  • Guarda-chuva ou capa de chuva
  • Calças e blusas se mangas compridas para as escaladas e para proteger-se dos mosquitos (que são bem menos que em Luanda)
  • Pelo menos 1 casaquinho para proteger-se da forte brisa nocturna
  • Calçado desportivo e chinelos
  • Boa disposição!

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