LNL em Myanmar: Um dos segredos mais bem guardados do Sudeste Asiático

Myanmar (antiga Birmânia) é um país com uma história turbulenta e, apesar de estar a dar passos largos para estabilidade económica e de estar a investir bastante no turismo, infelizmente ainda está envolvido numa guerra civil. Assim sendo, o governo criou uma lista de sítios considerados seguros para turistas. É obrigatório, por lei, seguir as recomendações desta lista. Mais informações aqui: http://www.myanmartourism.org/

Dicas:

  • Visto: obrigatório para todos os passaportes (excluindo alguns asiáticos). Na altura em que escrevemos este artigo (Dez 2016), não é possível pedir um visto online para o passaporte angolano, nem pedir um visto à chegada. Recomendamos que passe pela embaixada de Myanmar, na Tailândia, e peça o visto. É rápido e barato. Mais informações aqui: https://www.myanmarvisa.com/bangkok.htmInfelizmente não encontramos forma de viajar para Myanmar a partir de Angola. Sugerimos que vá via Tailândia.
  • Câmbio 1 USD = 1374 KYAT (pronunciado “chat”), na altura em que escrevemos este artigo (Dez 2016).
  • Compre um chip para o telefone assim que aterrar em Yangon, são super baratos e preparados em pacotes para turistas. Compramos o nosso na Ooredoo, com internet “todos molhos”.
  • Táxi no aeroporto: tenha a certeza que pede no balcão de Táxis, à menos que queira pagar a “taxa de turista”. Ficou-nos cerca de 3000K até ao hotel.
  • Site da Thai Airways: http://www.thaiairways.com/
  • A água não é potável, compre garrafas e traga repelente. Não há paludismo, mas há dengue em certas áreas do país.
  • O alfabeto birmanês (oficialmente chamado Myanmar) é indecifrável e parece ter saído de um filme de ficção científica. Desista de tentar adivinhar o menu nos restaurantes. Em vez disso, seja preguiçoso e procure pela tradução em inglês, tem quase sempre uma por perto.
  • Por favor, seja um turista responsável. É importante ler o máximo sobre as diferenças culturais próprias de Myanmar, um país muito budista e que leva a religião extremamente à sério. Para isso, recomendamos-lhe vivamente o site: http://www.dosanddontsfortourists.com/

Conselhos Importantes:

  • Aprenda a dizer Mingalabar (Olá);
  • Nunca use a mão esquerda para entregar seja o que for;
  • Não aponte o dedo e, sobretudo, os pés à nada nem à ninguém;
  • Evite discutir com os locais;
  • Evite esbanjar dinheiro, está num país pobre;
  • Evite mostrar gestos afectuosos na rua (se for em casal);
  • As senhoras não devem mostrar os joelhos, ombros ou usar roupas muito reveladoras
  • Nunca, mas nunca, desrespeite a imagem do Buda (tatuagens de Budas, por exemplo, são proibidas por lei);
  • Não é uma boa ideia ser apanhado com drogas ou estupefacientes, à menos que queira fazer uma resenha das cadeias do país para o LNL!

Se conseguir acatar todas estas restrições, prepare-se porque há de conhecer um dos segredos mais bem guardados desta parte da Ásia: Myanmar e o seu povo incrível!

Yangon

Fomos convidados, pelos nossos queridos amigos (e residentes calejados), Tammi e James, a dar um pulo à Yangon. E graças à eles, conseguimos conhecer a cidade com olhos locais, o que foi decisivo para tornar a nossa experiência fantástica.

Apesar da capital ser Naypyidaw, Yangon (Ex-Rangoon) é a maior cidade do país, com cerca de 6 milhões de habitantes. Caótica, engarrafada, movimentada e desgastada, apesar de estarem a nascer prédios novos à uma velocidade incrível, a cidade é muito parecida com o que foi Luanda pós 2002: velhota e usada, mas com um charme bem próprio e muito romântica. A diferença é que, apesar das semelhanças, não há lixo nas estradas e há muitos jardins. Mas quem vem da banda vai sentir- se em casa, nem que seja pelos cortes ocasionais de energia eléctrica.

O forte da cidade está no seu povo, o mais simpático e honesto que encontramos até hoje, em todas as viagens que fizemos. Fomos recebidos, em todos os sítios em que fomos, com tanta generosidade, que muitas vezes ficamos sem saber o que dizer de tanta emoção. Apesar de estarmos num país asiático, “do terceiro mundo”, nunca nos sentimos tão seguros. Ajudou, obviamente, ter um sorriso sempre pronto e tentar arranhar um “mingalabar” aqui e ali, para o grande gozo dos locais.

O povo Myanmar e o acolhimento dos nossos amigos (Tammi, James, Joey e Zay) foi, de certeza, o ponto mais alto da nossa viagem. Ah! e claro, o Schwedagon Pagoda (monumento construído sobre os restos mortais (geralmente cremados) de uma pessoa importante dentro da religião budista – o Schwedagon está situado na serra de Singuttara).


Para além dos sítios/dicas desta resenha, recomendamos também:

  • Aprender o máximo possível sobre a história turbulenta, mas muito interessante de Myanmar. É, ao nosso ver, importante conhecer este nome: Aung San Suu Kyi (figura feminina política, de oposição birmanesa, vencedora do Prémio Nobel da Paz, em 1991, e secretária-geral da Liga Nacional pela Democracia)
  • Passear pelo lindo Inya Lake, o maior lago de Yangon
  • Negociar lembranças no enorme Bogyoke Aung San Market (simplesmente conhecido por “Bodjo Market“)
  • Ficar no Inya Lake hotel
  • Comprar um Longi (pano tradicional muito comum) no Hledan market
  • Fazer uma massagem no excelente Sapel Traditional Burmese Foot Spa
  • Comer no lindo e moderno Rangoon Tea House
  • Experimentar as comidas locais no Night Market (mercado nocturno)
  • Beber e comprar o delicioso café de Myanmar, maioritariamente vindo da região de Shan State
  • Ficar preso no trânsito caótico de Yangon, até desistir e sair do táxi
  • Tal como na nossa querida Angola, fotografar homens fardados e edifícios governamentais não é bem visto e em alguns casos proibido
  • Se o que quiser comprar não tiver um preço escrito em cima, negocie!

Schewedagon Pagoda


Um dos lugares mais sagrados da religião Budista e uma das estruturas mais lindas e impressionantes do mundo, o Schwedagon Pagoda tem, segundo a lenda, não menos do que 2600 anos, o que faz do mesmo o primeiro centro religioso de Myanmar.

É imprescindível uma visita à este local sagrado, se passar por Yangon. É o coração da cidade e o ponto turístico principal.

O Pagoda tem 4 entradas: uma para cada ponto cardeal. Nós entramos pelo portão situado à norte, o que quis dizer subir algumas escadas até ao primeiro ponto de controlo e depois mais outras até à bilheteira.

Depois de pagar fomos alertados que não seriam permitidos calções, saias curtas, nem roupa apertada ou ombros descobertos (para as mulheres). Como eu (homem) estava de calções, vesti rapidamente a “Longi” (pano tradicional, muito comum em Myanmar, usado como uma espécie de saia), com a ajuda das assistentes, que foram muito pacientes. De notar que os sapatos não entram no Pagode e são confiscados ainda na área de controlo de segurança, onde ficam armazenados até a visita terminar.

Logo a seguir, um guia apresentou-se e, graças ao mesmo, conseguimos ter uma perspectiva muito mais abrangente deste local. Se passar por aqui, chame por um guia, não se irá arrepender (pagamos cerca de 10 mil Kyat pelo nosso).

O pouco que retivemos:

  • O Pagode principal tem cerca de 100 metros de altura, é coberto por chapas de ouro e tem uma esmeralda de 76 quilates no topo (para além de outras jóias e pedras preciosas)
  • Contém quatro relíquias de quatro budas, assim como oito cabelos do Buda Siddhartha Gautama (antigo príncipe nepalês que, após renunciar o trono, dedicou-se à busca da erradicação das causas do sofrimento humano e de todos os seres).
  • O Pagode principal está rodeado de outros edifícios e estruturas religiosas, cada uma com a sua história particular.
  • É de costume visitar o centro no sentido horário.
  • Uma das estruturas sagradas contém o sino mais pesado do mundo, o imponente Great Bell of Dhammazedi(300 toneladas), construído em 1484.
  • O local foi várias vezes um dos sítios centrais no panorama político local, pelo seu valor simbólico.

Nourish Café


Ficamos muitíssimo impressionados com este pequeno café, o da nossa amiga Tammi, primeiro pelo conceito (comida saudável, vegetariana, no coração de Yangon), e segundo por ela nos ter tirado as dúvidas quanto ao hambúrguer vegetariano, servido por eles, ser tão bom, senão melhor, do que os hambúrgueres ditos normais, que nos habituamos a comer (é melhor…!)

O café fica colado à um estúdio de Yoga (o Yangon Yoga House), que vai de acordo com o conceito de comida saudável e sendo vegetariano a decoração segue essa linha. As mesas têm plantas embutidas, a decoração é moderna, leve e com algum material reciclado.

No dia em que fomos, a Tammi estava sozinha, mas mesmo assim conseguiu conciliar o seu trabalho de cozinha com o de balcão. Em dias normais, ela costuma ter mais duas pessoas a ajudar.

Para degustar recomendamos:

  • The nourish burguer (O Hambúrguer Nutritivo), feito à base de feijão -9.500K
  • Veggie Pesto Wrap (Fahita vegetariana de Pesto), feita com vários tipos de leguminosas, pesto e legumes – 5.000K
  • Açaí and red berry Bowl (Açaí com bagas vermelhas), delicioso – 7.500K

Pontos Fortes:

  • Comida saudável e vegetariana com ingredientes frescos e escolhidos à dedo
  • Colado à uma casa de Yoga
  • O melhor hambúrguer vegetariano que comemos até agora
  • A decoração a condizer com o tema gastronómico do local

A melhorar:

  • Não conseguimos ver nenhum problema.

Porque voltaríamos:

  • Pela experiência única de podermos comer um Hambúrguer vegetariano no coração de Yangon.

Endereço: 36/38 Alanpya Pagoda Rd
Tipo de Cozinha: Vegana/Vegetariana
Preço: Médio
Classificação LNL: ****

Barbon


Ao sairmos do mercado Bogyoke Aun San, cansados e cheios de fome, encontramos este café/restaurante situado mesmo em baixo de um pequeno shopping. Não foi das experiências mais espectaculares que tivemos, mas as sandes que pedimos estavam boas e o cappuccino “Barboon”, divino. Achamos, no entanto, muito mais caro do que todos os outros cafés que visitamos e era claramente virado para a clientela estrangeira.

A decoração era moderna e da linha “Starbucks”, com bastantes cadeiras e mesas. É um café perfeito para passar algumas horas com um laptop. A internet é de graça.

O staff é jovem e foi muito eficiente a atender todos os nossos pedidos. O pagamento é feito no balcão. Tirando isso, não temos muito a acrescentar.

Para degustar recomendamos:

  • Club Sandwich – 8.200K
  • Batatas fritas – 1.100K
  • Tosta Mista – 4.900K
  • Sumo da semana – 9.800K (por 2)

Pontos Fortes:

  • Localização: mesmo ao lado do mercado Bogyoke
  • Prático para quem precisa de um canto para ler os emails e escrever uns artigos
  • Bom cappuccino
  • Vendem café empacotado por eles
  • Staff rápido e eficiente

A melhorar:

  • É caro

Porque voltaríamos:

  • Pela localização e para matar as saudades de comida mais ocidental.

Endereço: 390 Bogyoke Aun San Rd
Tipo de Cozinha: Café genero Starbucks
Preço: Caro
Classificação LNL: ***

Nam Dao Kham (Cantina)


O nosso amigo James toma o pequeno-almoço nessa cantina todos os dias, religiosamente, à caminho do trabalho. Quando pedimos para provar a culinária local, sem hesitar, foi o primeiro sítio que recomendou.

O restaurante é do estilo cantina, com cadeiras e mesas, nada de mais. A dona do local atendeu-nos e foi muito simpática e eficiente e, para a nossa grande sorte, falava bem inglês. A comida foi paga em cash no fim da refeição. Tenha atenção que existem duas versões do mesmo menu, uma em birmanês e outra em inglês.

Facto interessante: A dona trabalhou em Londres num restaurante com estrelas Michelin.


Para degustar recomendamos:

  • Shan Rice Vernicelli Noodle (Sopa de massa chinesa) – 1000K
  • Papaya Salad (salada de mamão verde), super picante -1000K
  • Sumos frescos de mamão e limão – 700K cada

Pontos Fortes:

  • Comida barata e local super limpo
  • Óptima introdução à comida local
  • A dona do local e o seu staff foram muito simpáticos (uma situação recorrente em Yangon)

A melhorar:

  • Nada a declarar

Porque voltaríamos:

  • Pela comida e experiê Os noodles estavam divinos. Recomendamos vivamente.

Endereço: 10/12 Zay Yar Road (next to Hanna Beauty Salon), Hledan
Tipo de Cozinha: Myanmar
Preço: Barato
Classificação LNL: ***

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