Viver em Luanda é estar habituado à comida de rua, seja comprada a partir da janela do carro ou candongueiro, das vendedoras de banana pão, jinguba e pinchos espalhadas pela cidade, ou nas inúmeras roulotes que proliferam pelos nossos bairros vendendo hambúrgueres, cachorros e outros petiscos. A Teimosa da Banda pegou neste conceito e deu-lhe uma nova roupagem: a venda de um clássico português, a bifana, com um toque decididamente angolano, a partir de um simples balcão numa rua luandense. E acertou em cheio.
O que comer e beber
A Teimosa da Banda é o que acontece quando um chef (neste caso, o Ricardo Braga) decide abrir uma espécie de roulote: o produto pode parecer “simples”, mas tem aquele toque especial que o eleva. Mostra cuidado, preparação e dedicação: uma mente pensante elaborou maneiras diferentes de elevar a experiência final. Por isso, as bifanas da Teimosa pecam apenas por serem demasiado pequenas, porque o sabor, a carne tenra e muito bem temperada, e aquela mostarda… epa, são mesmo muito boas. Mas, para nós, minúsculas!
No menu da Teimosa, não há muito por onde escolher, e ainda bem. A simplicidade demonstra foco. Entre as opções do “Pitéu”, como diz o menu, encontram-se a Teimosa, que é a bifana original, bem como caldo verde com chouriço do Lubango e gimboa, bolinhos de peixe seco com maionese de calulu (deliciosos!), e a empada da nossa terra. Para “adoçar”, servem o pão de ló da vovó, o leite creme da mamã, o arroz doce da comadre, o gelado mimoso e as bolas de Berlim mais saborosas que já provamos nesta banda. Por incrível que pareça, os doces acabam por ser um motivo por si só para visitar a Teimosa.
Por fim, as bebidas: cerveja, refrigerantes, vinho, café e água, claro.
O atendimento
Somos sempre muito bem atendidos e servidos pelo staff da Teimosa, que seguramente não tem vida fácil sempre que aquilo enche (o que é frequente).
Preços
As bifanas custam 3.900 AKZ e são o ítem mais caro do menu. Em momentos de fome e aflição causada pela dita fome, temos de pedir duas bifanas para uma pessoa. A sobremesa mais cara é o gelado, que custa 4.500 AKZ.
Considerações finais
Já chegamos a um ponto em que as bifanas da Teimosa se tornaram um craving, do género: “apetece-me uma Teimosa, não um hambúrguer.” E isso é talvez dos melhores elogios que se podem fazer a um balcão de bifanas numa cidade tão obcecada por hambúrgueres que eles se tornaram prato nacional. A Teimosa vale não só pelas bifanas, mas também pelas sobremesas e pelos snacks, todos feitos com ingredientes locais.