Roteiro LNL: Huambo


Escrito por Winnie Carmo com fotos dela, Jessé Manuel (
@Jessartes), Clélia Loide Faria, Carlos César, Rui Magalhães (@ruyjorgee) e Keita Mayanda (@keitamayanda)

Aproveitando o prolongado da independência, o LNL visitou a cidade do Huambo, a antiga Nova Lisboa. Nostálgica e pacata, esta cidade tem muito a oferecer e muita história para contar.

Como chegar

Visto que a estrada Luanda – Huambo encontra-se em más condições, foi-nos aconselhado ir pela estrada Luanda – Lobito (que também está péssima), desviando na estrada em direcção ao Alto Hama, passando por Balombo. Isto pode prolongar o tempo de viagem, mas é mais seguro e certamente o seu carro agradecer-lhe-á. A outra opção, pois claro, é ir no voo da TAAG.

Onde ficamos

Ficamos no Cantinho da Paz, um resort que faz jus ao seu nome, a 40km do centro da cidade do Huambo, na estrada para Luanda. O resort oferece comodidades como bungalows, piscina para adultos e crianças (AKZ 500/pessoa), parque infantil e restaurante. Infelizmente as piscinas não estavam adequadas para uso quando lá estivemos, e os chuveiros comuns também estavam fora de funcionamento. Até pensamos em mergulhar no lago lá ao lado, mas ao aproximarmo-nos vimos logo que a quantidade de lodo não era um elemento convidativo.

Apesar disso, a paisagem pacífica a perder de vista é um aspecto bastante atractivo, sem falar nos preços praticados e opções oferecidas para o alojamento. Há então bungalows duplos, a AKZ14.000/noite, bungalows para casal a AKZ 16.000/noite e espaço para montar a sua tenda por AKZ 1.500/por noite, por tenda, o que é uma óptima opção, no caso de já não haver quartos disponíveis e também é bem menos dispendiosa que os bungalows. O restaurante oferece todas as refeições buffet, sendo o pequeno-almoço a AKZ 1.500/pessoa, o almoço e jantar a AKZ 2.500/pessoa e as bebidas alcoólicas pagam-se à parte. Os funcionários são muito atenciosos e estarão dispostos a atender o seu pedido, sempre que puderem.

Cantinho da Paz 
Endereço: Rua principal da Chipipa, Município da Chipipa
Tel.: +244 930 938 808

Visitando a cidade

Passeando pela cidade do Huambo, a sensação é de mergulhar em dois passados simultaneamente. Nota-se, logo de início, a arquitectura da época colonial, fazendo-nos reflectir sobre uma dinâmica social diferente da que vemos nos dias de hoje. Vemos também os edifícios destruídos pela guerra civil, onde paradoxalmente encontra-se morte e vida, destruição e esperança, um fim e um recomeço.

Bem no coração da cidade, vemos a estátua de Agostinho Neto no centro do que nos pareceu ser a maior rotunda da cidade, sentado, redigindo as suas reflexões. A volta desta rotunda encontram-se os principais edifícios de serviços administrativos da cidade. Nas bordas da mesma, vêm-se pessoas a praticar desporto, em torno de um espaço verde ali criado.

Visitamos também o antigo Hotel York, outrora um hotel de referência, que acomodava os artistas que se apresentavam no teatro Ruacaná, bem ao lado do hotel. Hoje, o hotel é um conjunto de escombros onde acumulam-se montes de lixo e o teatro está fechado com correntes, sem se saber ao certo quem guardou a chave. Logo do lado oposto a esse cenário, vemos a estação de comboio do Huambo, representando um presente pacífico, que abre portas à novos caminhos.

Albufeira do Rio Cuando

Tivemos também a oportunidade de visitar e acampar à beira da albufeira do Rio Cuando, a 20km da cidade do Huambo, onde encontra-se a barragem com o mesmo nome, uma das maiores atracções turísticas da região. Ao passar para o outro lado da ponte, vai ver várias barracas onde poderá comprar petiscos locais, quentinhos e feitos na hora. Para acampar naquela área, é necessária a permissão do respectivo Soba, que encontra-se numa casa nas redondezas. É só perguntar a alguém de lá e não será muito difícil encontrá-lo.

Dicas para melhor aproveitar o Huambo

Viagem: desta vez fomos de carro e, apesar de termos tido a oportunidade de apreciar as paisagens que nos rodeavam durante o percurso, a viagem em si foi cansativa e não conseguimos explorar muito bem o destino. Por isso, se quiser ir para o Huambo de carro, saiba que terá de reservar pelo menos 2 dias de viagem (ida e volta), então o aconselhado seria reservar pelo menos 4 dias para a viagem, no total.

Clima: lembrando que estamos a falar da antiga Nova Lisboa, o nome não lhe foi atribuído por acaso, por isso venha preparado para noites frias e muita chuva.

Depois dessa rápida visita, o LNL está ansioso para lá voltar, na perspectiva de melhor explorar os recantos de uma província que tem tanto para contar.

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