Roteiro LNL: Procissão à Nossa Senhora do Monte

Por Sandra Santos

*Fotos por Adilson Leão e LNL

Neste artigo o LNL desafia-o a fazer o percurso da procissão à Capelinha da Senhora do Monte e connosco descobrir os paladares destes caminhos da fé.

As celebrações incluem, na realidade, duas procissões, em Agosto: dia 14, da Capelinha para a Igreja da Sé, e dia 15, da Igreja da Sé para a Capelinha.

Vamos começar pelo pequeno almoço. Mas não é um qualquer pequeno-almoço. É o mais conceituado pequeno-almoço da cidade, e é o do Casper Lodge.

Lá, encontrará uma enorme variedade de pães, bolos, delícias da charcutaria local, queijos, compotas e doces, sumos, fruta da época, café, chá, leite e também sopa, para nos prepararmos para uma caminhada pelos cantos e encantos do Complexo Turístico da Nossa Senhora do Monte.

Assim que atingimos aquela sensação de conforto, saímos do Casper (de carro) e viramos à esquerda. Fomos em frente e pouco antes do final da rua (que termina num portão azul), viramos à direita e subimos a ziguezagueante estrada.

Demos de frente com um largo e um altar ao ar livre, magnificamente concebido pelo Arquitecto Frederico Ludovice. É neste espaço onde se realizam as missas campais, pois a Capelinha, é mesmo uma capelinha…bem pequenina.

Atrás do altar, à esquerda, tivemos uma vista privilegiada da estufa e à direita, a escadaria que sobe cerca de 200m até à Capela. Os 200m e os seus milhões de minúsculos degraus foram impactantes. Felizmente apostamos na sopinha que nos garantiu a força para estes  desafios.

Lá de cima, além de parte da cidade, vê-se também uma enorme rocha à direita. Pendurados nela, estavam pequenos macaquitos característicos daquela zona.

Entre passeios, fotos e o explorar recantos do Complexo da Senhora do Monte, a manhã passou à velocidade dos 200 km da Huíla e a hora do almoço lá estava. Com o nosso estômago a marcar a sua posição no entretenimento familiar, escolhemos o Kimbo do Soba.

À entrada, pudemos ver uma grande variedade de animais selvagens, que normalmente dá origem à animadas conversas, muitas vezes didácticas e outras vezes mais inflamadas. O certo é que é impossível permanecer impávido perante o cenário.

A especialidade é a carne de caça grelhada, mas aquilo que nos enche as medidas é a sangria; definitivamente, a melhor da cidade. Não podemos sair do Kimbo sem falar do gindungo. Pela… Nossa… Senhora… do Monte, aquilo é um incêndio com a tonalidade do morango na nossa boca. Mas atenção: não é um gindungo que só arde e… fim. Não! É saboroso. Picante, mas muito saboroso.

Para sobremesa, fomos à porta ao lado, ao Hotel Serra da Chela, para um encontro imediato com a Tarte de Múcua com molho de amarula. Pedimos desculpa pela foto, mas estávamos com tantas saudades desta tarte que a começamos a comer antes de a fotografar.

E porque a criançada estava super animada e nós a precisar de descansar e fazer a digestão, o destino seguinte foi o Parque Infantil O Pirilampo. Fica mesmo atrás da Igreja da Sé.

Tomamos um café ao ar livre e ao som das capotas, pavões, periquitos, patos e cabras. Enquanto isso, os miúdos divertiram-se nos baloiços e escorregas e aprenderam algumas regras de trânsito, conduzindo os triciclos de aluguer pela pista especialmente desenhada para isso.

Trajecto Capelinha Igreja da Sé: Concluído com sucesso! Agora, vamos começar o trajecto inverso, fazendo a primeira paragem no Museu Regional da Huíla.

Os funcionários são completamente apaixonados pelo que fazem e têm bastante conhecimento sobre tudo aquilo que está em exposição no Museu.

Aproveitamos a oportunidade para aprender mais sobre como eram (e em alguns casos ainda são) armazenados os alimentos, os instrumentos utilizados para manuseá-los, conservá-los e mais não dizemos para não estragar a surpresa. Vale mesmo a pena!

Paredes meias com o museu está a gelataria Sapori Nostro. É a única gelataria da cidade. O gelado de chocolate e o de ananás são os nossos favoritos, mas há mais de 20 sabores diferentes.

A magnífica lua cheia de Agosto veste a cidade, primeiro de dourado ao cair do dia e depois de prata, noite dentro.

Para o jantar, fomos ao VIP Hotel. Já falamos dele aqui no LNL. O menu é à la carte e de uma maneira geral é tudo muito saboroso. Como a cozinha é aberta para a sala de jantar, nem olhamos para ele. Deixamo-nos envolver pelos aromas que nos chegavam e perguntamos: – Que cheiro é este? – o funcionário lá explicou e nós dissemos: – É isso mesmo que queremos!

Cansados mas felizes, lá fomos nós Av. António Agostinho Neto acima para cumprir o desafio de fazer todo o trajecto da procissão. Quando for você o artista principal desta experiência pode ser que lhe apeteça um pouco mais. Se assim for, praticamente em frente ao VIP Hotel está o Ar de Rock Café. A especialidade são os cocktails. A música de fundo é rock e animação até de madrugada é uma realidade no local. Nós voltamos para o hotel. Já não tínhamos forças para mais.

Esta é a nossa singela homenagem à Nossa Senhora do Monte, padroeira do Lubango, que desde 1901 é celebrada.

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